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CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE: UMA ESTRATÉGIA AMBIENTAL MAIS SUSTENTÁVEL

A tecnologia do confinamento de puro grão vem crescendo significativamente na pecuária de corte no Brasil. Dentre os diversos benefícios da utilização dessa tecnologia na criação intensiva de bovinos de corte, tem-se um aumento expressivo de produção de proteína animal por área, com maior produção de @ (arroba) por hectare, maior giro no caixa da empresa, através de um sistema mais sustentável ecologicamente.

Criações extensivas de bovinos de corte, em média, utilizam um ciclo de quatro anos para a produção de um animal acabado, do nascimento ao abate (ciclo completo). Na criação intensiva, especialmente com a utilização da tecnologia do sistema de puro grão, o pecuarista tem uma redução significativa do ciclo de produção de um animal acabado, do nascimento ao abate. Nesse caso, observam-se abates de animais super precoces, com no máximo um ano de vida.

A redução do ciclo de produção, com maior giro de capital e produção de @ por hectare por si só seriam vantagens competitivas interessantes para o pecuarista. No entanto, observam-se diferenças notáveis entre as emissões de metano nos diferentes sistemas de produção. Bovinos de corte mantidos em pastejo, em criações extensivas, chegam a emitir até 0,23 kg de metano, ao dia. Esses animais apresentam uma menor eficiência de conversão da energia bruta consumida no pasto, para a produção de carne, perdendo até 8,5 % dessa energia que foi consumida, na forma de metano.

Em contrapartida, animais alimentados com rações que apresentam maior digestibilidade, como nas dietas com utilização da tecnologia de puro grão, são capazes de utilizar melhor essa energia bruta consumida, aumentando a eficiência alimentar. Observa-se uma perda de até 2,2 % da energia bruta consumida, na forma de metano, o que pode corresponder a 0,07 kg de produção de metano, por animal, ao dia. Uma redução de aproximadamente 70% de emissão de gases do efeito estufa. O aumento da eficiência de utilização da energia bruta ingerida pela dieta de puro grão resulta em menor perda relativa de energia bruta, na forma de metano, produzido por ganho de peso. Melhor desempenho animal, aumento do giro de capital da empresa e menor emissão de gases poluentes.

Outro fator que aumenta a sustentabilidade do sistema de criação intensiva com puro grão seria sua contribuição para a redução do desmatamento e degradação de solo, bem como a possibilidade de abertura de novas áreas para produção de grãos. Menor tempo de permanência do animal na empresa, maior taxa de desfrute da terra.

O boi criado a pasto, em sistemas extensivos bebe, em um dia quente, de 15 a 20 litros de água para cada 100 kg do peso vivo. Enquanto um boi criado no puro grão chega a beber 10 litros de água, ao dia, para cada 100 kg do peso vivo.

Um sistema de produção intensivo, produzindo bovinos criados na tecnologia de confinamento no puro grão apresenta vantagens competitivas financeiras e ambientais importantes para a cadeia, proporcionando condições para um aumento nas conversões alimentares, pela melhor utilização da energia bruta consumida, promovendo um maior ganho de peso e um sistema de criação de bovinos de corte mais sustentável.


Dr. Leonardo Leite

Pedro Henrique Ferreira Araujo 


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